Psicanálise
A cura pela fala



História e origem
Sigmund Freud foi um médico neurologista amplamente reconhecido como o criador da Psicanálise.
Por volta de 1886 - enquanto estava envolvido com seus estudos no Hospital da Salpêtrière, em Paris - começou a escutar pacientes que sofriam de histeria (uma condição caracterizada por sintomas físicos inexplicáveis como, por exemplo, paralisias e cegueiras sem causas biológicas evidentes).
Através de suas escutas, estudos e observações, Freud percebeu que os sintomas histéricos possuíam um sentido singular, um sentido único que dizia sobre aquele sujeito e sua história.
Ele também notou que, ao falar, o paciente sentia alívio e poderia, a partir de seu discurso, relembrar e elaborar fragmentos de sua história que lhe causavam sofrimento e que poderiam estar relacionados aos seus sintomas e repetições. Isso permitia que, através da fala, fosse trazido para o consciente aquilo que estava reprimido e inconsciente.
Consequentemente, Freud embarcou em um estudo e escrita teórica abrangente sobre as neuroses, o inconsciente, sonhos, sintomas, atos-falhos, transferência, repetições e muito mais, desenvolvendo assim a Psicanálise: um método de análise, investigação e tratamento.
Método
O método utilizado baseia-se em uma regra fundamental chamada "associação livre", que consiste em o paciente falar tudo o que lhe vier a cabeça - incluindo memórias, sonhos, e também o que possa lhe parecer difícil, desconfortável, vergonhoso, sem sentido, irrelevante, desconexo, etc., sem se preocupar com a ordem ou sentido da sua narrativa.
Através desta associação de ideias do paciente, o analista coleta materiais discursivos, e irá fazer pontuações, perguntas e interpretações que busquem ampliar a fala do paciente. Desta forma, é possível trazer à consciência o que estava inconsciente e surge a possibilidade de elaborar sua história.
Cura
Quando falamos em cura, é comum que pensemos na ideia de um retorno a um estado anterior à doença ou ao sofrimento, como se a cura envolvesse uma eliminação total dos sintomas e do sofrer.
No entanto, na psicanálise a cura é pensada de uma outra maneira: não se visa necessariamente remover o sintoma (pois isto, em alguns casos, pode ser ainda mais danoso ao sujeito), muito menos tornar o paciente imune ao sofrimento (pois este é parte da vida), mas através da escuta e do acolhimento feito pelo analista, o paciente pode sentir-se mais aliviado, refletir sobre sua história, ressignifica-la, e mais...
O propósito da psicanálise não é eliminar os sintomas e fazer o sujeito alcançar algum tipo de "normalidade". Em vez disso, busca-se transformar o sofrimento do paciente em palavra, fazendo-o compreender e elaborar a sua história, de modo que - mesmo que os sintomas persistam - se consiga viver sem que estes o controlem ou o causem demasiado sofrimento e mal-estar.
A análise, a partir disso, poderia ser definida como uma aposta que pode ou não trazer a eliminação do sintoma, mas que certamente produz efeitos. Efeitos que podem transformar (radicalmente) uma vida...
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Materiais
Caso haja interesse, você poderá estar acessando os seguintes materiais para compreender melhor sobre o método, a eficácia e a história da Psicanálise:
Vídeos:
Artigos científicos:
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